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Inventário barato

  • Foto do escritor: Carla Paixão
    Carla Paixão
  • 12 de fev.
  • 4 min de leitura

Se você começou a ler esse post para conhecer estratégias e passo a passo para fazer seu inventário mais barato, ou pelo menos reduzir significativamente os custos, sinto lhe dizer que não vou falar sobre isso.  


A verdade é que Inventário é um processo caro, essa é a mais pura verdade! Dura, mas é a verdade.


O que vou aqui te propor é entender o raciocínio que corresponde a essa verdade, para que você saia da imaginação que te cansa e exaure e entenda porque é caro.


E não é que não existam planos possíveis para tornar esse investimento de dinheiro em regularização de transferência de bens e valores em algo mais fácil de ser engolido e digerido, porque existem.


Existem formas e avaliações a serem feitas para analisar o melhor caminho para um inventário que cumpra a vontade do falecido, da lei e preserve o patrimônio a ser recebido pelos herdeiros, então tem luz no fim do túnel, só fica comigo para entender como.


E para saber o como fazer isso, precisamos entender porque é assim, ou seja, porque é caro e vou começar perguntando algo simples: comprar uma casa é barato?


Não, né? Crescemos em uma realidade em que o brasileiro continua tendo o sonho da casa própria, certo?


Quantos anos uma família tem que juntar dinheiro ou pagar um financiamento para adquirir esse bem? Qual é o valor disso? É só o que está na escritura? Ou na avaliação do IPTU?


Eu ouso dizer que não é esse o valor da casa, a casa tem o valor do empenho que foi colocado naquela aquisição, quanto vale o esforço da sua família?


Pois é, as questões estão começando a clarear, ou assim espero que você comece a se perguntar quanto vale o patrimônio que a sua família conseguiu construir.


E então, vamos manter o raciocínio aqui, e manter uma casa é barato? É barato pagar conta de luz, gás, internet, fazer manutenção da casa, como pintar, fazer obra e pagar impostos como IPTU, declarar no Imposto de Renda, isso tudo é barato?


Pois é, não é né. Escolher ter bens em qualquer lugar do mundo é escolher se esforçar para mantê-los, não só conquistar, tem que ser capaz de manter aquele bem como seu.


Isso é assim desde o início dos tempos, conquistar patrimônio de hoje foi conquistar reinos de antigamente e ser responsável por tudo que vinha junto com esse patrimônio, ou seja, os acessórios.


Um dos acessórios do patrimônio é a certeza de que quando você partir dessa vida, você não vai levar o que conquistou com você e que alguém terá que assumir a responsabilidade no seu lugar.


Isso é a sucessão, que acontece imediatamente junto com a morte da pessoa que tinha o patrimônio, o inventário serve para identificar, organizar a distribuição e finalizar a partilha e para isso acontecer de modo regular existe um passo a passo que inclui pagamentos.


Esses pagamentos se referem a impostos, custas judiciais ou extrajudiciais e os honorários do profissional que vai te orientar ao longo da caminhada, tudo isso vai ter que acontecer mais cedo ou mais tarde.


A diferença é que quanto mais tarde for, mais perigo os herdeiros têm de diminuírem o patrimônio herdado. 


Por que isso acontece?


Porque todos esses valores a serem pagos seguem o critério do valor total da herança, não é o advogado que decide isso, não é nem a lei que decide isso, nem os cartórios, quem decide isso é a própria família.


O tamanho do montante de patrimônio que alguém deixa é definido pelo esforço dessa pessoa, é ela que define ao longo da vida o tamanho da sua conquista, entende?


Essa conquista tem um valor significativo para a vida social dela, afinal ela manteve e protegeu até o fim da sua vida e por isso os herdeiros vão receber de acordo com o que a lei orienta.


E repito os custos são alinhados com esse valor e por isso tudo que expliquei não é barato, não tem como ser barato e ainda assim é uma parcela pequena frente ao tamanho do valor conquistado.


Porque mesmo com todos os custos considerados, o maior valor sempre estará nas mãos dos herdeiros, existem casos excepcionais, mas isso é papo para outro post.


Lembre-se disso, quem conquista muito, protege muito e tudo aqui nesta vida tem um valor, um preço a se pagar, caso não queira passar por isso, é simples: não conquiste nada, não sonhe com a casa própria e não tenha nada.


Ou em caso de ser herdeiro de um construtor de riquezas, renuncie a sua parte e deixe os demais herdeiros assumirem o encargo de responsabilidade sobre a sua parte, isso pode simplificar a sua vida, vamos conversar sobre isso em outro post, só pense que você não precisa se sobrecarregar, existem alternativas.


Pode ser duro, mas nada vence a verdade. Espero que esse post tenha te aberto os olhos para que saia de uma visão inocente das questões práticas da vida. Te espero no próximo post, mesclando um pouco do papel do advogado e histórias reais dos clientes.



 
 
 

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por Paixão Indalencio Advocacia. 

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